A rotina da mulher moderna é marcada por múltiplos papéis: carreira, família, estudos e responsabilidades domésticas. Como consequência dessa jornada dupla, muitas vezes até tripla, a saúde da mulher é deixada de lado.
Um levantamento do Women’s Health Index (2021) reforça essa realidade: mais de 1 bilhão de mulheres em todo o mundo deixou de consultar qualquer profissional de saúde ao longo de um ano inteiro. Esse dado alarmante revela não apenas uma lacuna de acesso, mas também a percepção equivocada de que a saúde da mulher se limita a apenas algumas consultas ocasionais, sobretudo as de ginecologia.
Na prática, a falta de acompanhamento contínuo pode gerar impactos físicos, emocionais e mentais. Afinal, a atenção integral à saúde da mulher exige muito mais do que exames de rotina: envolve olhar para o corpo e para a mente em todas as etapas da vida, da infância à maturidade. Nesse sentido, cada fase traz necessidades e desafios específicos que pedem acompanhamento médico e apoio multiprofissional.
Neste artigo, trazemos um panorama geral do protocolo de saúde da mulher, compreendendo por que é fundamental investir em cuidados preventivos e de que forma é possível adotar hábitos de autocuidado ou até apoiar mulheres próximas nessa jornada.
Qual é a importância de cuidar da saúde da mulher?
Cuidar da saúde feminina, sobretudo no contexto brasileiro, vai muito além da questão física. Esse cuidado assume também um papel social, político e comunitário, como destaca a própria Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres (PNAISM).
O objetivo da política é reconhecer a mulher como protagonista em todas as esferas da vida, garantindo não apenas bem-estar, mas também cidadania e inclusão.
Nesse cenário, a atenção integral à saúde feminina se apoia em quatro pilares fundamentais:
- Prevenção: para reduzir os riscos de doenças e agravos;
- Promoção: estimulando hábitos saudáveis e qualidade de vida;
- Assistência: assegurando atendimento seguro e humanizado;
- Recuperação: oferecendo suporte físico e emocional diante de situações de adoecimento.
Entre as metas centrais do protocolo, destacam-se: a redução da mortalidade e morbidade feminina, a proteção de meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade e a integração de serviços de saúde que contemplem corpo e mente.
Em resumo, o cuidado integral à saúde feminina é um investimento em melhores condições de vida, longevidade e garantia de direitos.

Quais são as fases da saúde da mulher?
Infância
Assim como qualquer criança, as meninas precisam de atenção à saúde básica para garantir um crescimento saudável. Boas práticas de nutrição, vacinação em dia e acompanhamento pediátrico são fundamentais nessa fase.
Em 2023, o Brasil registrou o menor índice de mortalidade infantil desde o início do monitoramento: uma redução de aproximadamente 62% no número de óbitos em relação a 1996. Esse avanço mostra a importância da atenção integral desde os primeiros anos de vida.
Puberdade
É a fase na qual começam as primeiras transformações hormonais, geralmente entre os 8 e 13 anos em meninas. O acompanhamento médico é fundamental para entender o ciclo menstrual, lidar com acne, cólicas e iniciar a educação em saúde.
É também um momento crucial para abordar temas de reprodução e educação sexual, garantindo informação de qualidade e prevenindo riscos futuros.
Gestação
Para mulheres que escolhem gestar, esse período exige um cuidado especial. Nutrição adequada, qualidade do sono e saúde mental ganham destaque, somados ao acompanhamento obstétrico. Muitas gestantes também se beneficiam de apoio psicológico para lidar com as transformações emocionais que acompanham a gravidez.
No Brasil, a Lei nº 14.721 assegura o direito à assistência psicológica antes, durante e depois do parto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), reforçando a importância desse suporte. Os benefícios de fazer terapia nesta etapa da vida são enormes: maior confiança, rede de apoio, diminuição do estresse e acompanhamento das oscilações que uma gravidez ocasiona.
Menopausa
Geralmente, os sintomas da menopausa começam a aparecer a partir dos 45 anos. Marcada pela queda de estrogênio, ela pode trazer sintomas como ondas de calor, insônia, alteração do humor e maior risco de osteoporose.
Para lidar com essas questões, a telessaúde é uma aliada, permitindo acompanhamento com especialistas sem precisar sair de casa.
Quais são os fatores que interferem na saúde da mulher?
Jornada dupla
A jornada dupla é destacada no documento “Mulheres e Saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã”, da ONU, como um dos fatores de alerta para a saúde da mulher. Em países emergentes, como o Brasil, o problema é ainda maior: muitas mulheres acumulam responsabilidades profissionais, familiares e domésticas, sem contar com renda suficiente para investir em cuidados próprios.
Os dados também mostram que, no geral, a pobreza e o baixo status econômico estão associados aos piores resultados de saúde, como alta mortalidade de meninas e mulheres jovens. Em contrapartida, em países ricos, a maioria dos óbitos ocorre após os 60 anos de idade.
Por fim, além da exaustão física, a jornada dupla traz severas consequências à saúde mental da mulher, como quadros de ansiedade no trabalho e até burnout.
Contar com o apoio de serviços de apoio psicológico em momentos de vulnerabilidade social é um dos fatores principais para haver uma melhora na condição de saúde da mulher. Em momentos de pouco espaço na rotina, a telessaúde pode ser uma saída eficaz e confortável.
Problemas de circulação sanguínea
As mulheres apresentam maior suscetibilidade a distúrbios de circulação sanguínea, influenciados por fatores hormonais ou pela gestação. Muitas vezes silenciosos, esses problemas podem evoluir para condições graves, como acidente vascular cerebral (AVC), aneurismas ou embolia pulmonar.
A prevenção envolve hábitos saudáveis, como prática regular de exercícios, hidratação adequada, alimentação equilibrada e redução do consumo de álcool.
Para casos onde a pessoa tem pouco tempo na rotina, fazer atividade física em casa ou ter uma consulta com médico online pode ser a solução para melhorar a nutrição e saúde da mulher.
Sobrepeso
Dentre os fatores que interferem na saúde da mulher, o sobrepeso é um dos com maior destaque. Afinal, a condição afeta milhares de pessoas e pode ser responsável por muitas condições, como:
- Aumento no risco de doenças cardiovasculares;
- Problemas nas articulações;
- Diabetes;
- Problemas nas articulações;
- Hipertensão.
É importante destacar que a obesidade é reconhecida como doença e exige acompanhamento médico contínuo. Nesse caso, exercícios físicos são recomendados, bem como alimentação balanceada. Recentemente, ainda há a alternativa de injeções para emagrecer, que pode ser discutida com especialistas.
Estresse e ansiedade
São alguns dos principais desafios que a saúde mental da mulher enfrenta. Segundo o relatório da ONG Think Olga, divulgado em 2023, 45% das mulheres brasileiras têm algum diagnóstico de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Reconhecer os sinais precocemente e buscar apoio psicológico, inclusive online, é fundamental para preservar o equilíbrio emocional.

Doenças cardiovasculares
Doenças cardíacas, como infarto e AVC, ainda são as maiores causas de mortalidade entre mulheres brasileiras, embora muitas vezes sejam subestimadas. Fatores de risco como tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada aumentam a probabilidade desses problemas.
Hipertensão
A pressão alta afeta a saúde da mulher em diferentes fases da vida e, muitas vezes, não apresenta sintomas. Por isso, o acompanhamento médico regular é essencial para identificar alterações precocemente e evitar complicações.
Em uma rotina intensa, a telessaúde permite consultas rápidas e acompanhamento constante, facilitando a detecção precoce de alterações.
Osteoporose
Com a redução dos níveis de estrogênio na menopausa, os ossos ficam mais frágeis e suscetíveis a fraturas. A prevenção passa pela prática de exercícios físicos, ingestão adequada de cálcio e vitamina D, além do acompanhamento especializado.
Distúrbios de sono
Dormir mal impacta diretamente a imunidade, o equilíbrio hormonal e a disposição. A privação de sono pode intensificar quadros de ansiedade e estresse, criando um ciclo prejudicial para a saúde.
Contudo, muitas vezes a própria ansiedade e o estresse são os responsáveis pelos distúrbios do sono. Portanto, consultar um médico ou um psicólogo pode ser a solução para esse problema que incomoda tantas pessoas no Brasil e no mundo.
Desequilíbrio hormonal
O equilíbrio hormonal é determinante para a saúde da mulher, influenciando desde o ciclo menstrual até a fertilidade e a menopausa. Alterações podem gerar sintomas como ganho de peso, mudanças de humor, irregularidade menstrual e até dificuldade para engravidar.
O cuidado recorrente é uma das formas de identificar problemas com antecedência e garantir uma atenção integral à saúde da mulher.
Quais são os cuidados essenciais para a saúde feminina?
Primeiramente, garantir o acesso, de fato, universal a todas as mulheres à saúde, independente de renda, condição social, localidade ou outros fatores.
Essa é, inclusive, uma das diretrizes da PNAISM, embora, na prática, a saúde pública ainda enfrente desafios significativos para atender toda a população. Sendo assim, separamos alguns pontos sobre o que uma mulher precisa fazer para cuidar da saúde:
Alimentação saudável
Uma boa nutrição é a base para prevenir doenças. A conexão entre nutrição e saúde da mulher é clara, já que vitaminas e minerais têm papel crucial em cada fase da vida. Ela também é responsável por evitar condições adversas, como o sobrepeso, a hipertensão, o estresse e os distúrbios de sono.
Atividade física
A atividade física tem dezenas de benefícios, sobretudo se alinhada a um bom estilo de vida e boa alimentação. Nesse sentido, ajuda a manter o peso, reduzir o estresse, fortalecer os ossos e músculos, bem como contribuir para uma melhora na qualidade de vida como um todo. Inclusive, a prevenção de doenças é um dos principais ganhos da atividade física constante.
Assistência em saúde
A assistência em saúde é um dos pilares mais importantes para o bem-estar feminino, porque garante um olhar preventivo e integral. Muitas mulheres ainda têm o hábito de procurar um médico apenas quando surgem sintomas, mas o ideal é manter um acompanhamento regular em todas as fases da vida.
Esse cuidado envolve consultas de rotina com ginecologistas, exames periódicos de sangue, acompanhamento da saúde mental e orientação nutricional.
Hoje, com os avanços da telessaúde, esse acompanhamento se tornou mais acessível. Plataformas como o MediQuo permitem que a mulher converse com ginecologistas, psicólogos, nutricionistas e outros especialistas sem precisar esperar semanas por uma vaga presencial ou perder tempo com deslocamentos. Isso torna mais fácil manter a prevenção em dia e cuidar da saúde como parte da rotina, e não apenas em situações emergenciais.
Além disso, o sistema pode ser utilizado para consultas rápidas, como: consultas de orientação, para tirar dúvidas e acompanhar o progresso de tratamentos. A telessaúde não precisa, necessariamente, excluir o atendimento presencial, mas é uma ótima forma de contribuir para a manutenção da saúde da mulher atual.
Terapia
O apoio psicológico é indispensável para lidar com os desafios da vida moderna, como estresse, ansiedade e a sobrecarga emocional da jornada dupla. Como benefícios de fazer terapia, podemos citar: diminuição do estresse, ansiedade e sintomas de transtorno mental, bem como o desenvolvimento de estratégias para enfrentar situações de pressão, além de fortalecer o autocuidado.
Atualmente, é possível fazer terapia online, em ambientes seguros e que seguem protocolos de sigilo. Inclusive, para muitas mulheres, pode ser muito mais confortável discutir problemas de saúde mental no ambiente já conhecido da sua própria casa.

Autocuidado
O autocuidado feminino envolve práticas diárias que fortalecem corpo e mente, como atividade física, manutenção da saúde mental, prática de hobbies e, principalmente, manejo de suas tarefas. Afinal, já falamos aqui, um dos maiores problemas à saúde feminina é justamente a sobrecarga. Permitir-se dizer “não” pode ser poderoso para o autocuidado feminino.
Meditação
A prática da meditação é uma ferramenta poderosa para reduzir o estresse, melhorar a concentração e aumentar a sensação de equilíbrio emocional. Para muitas mulheres, reservar alguns minutos por dia para exercícios de respiração ou atenção plena ajuda a lidar com os efeitos da ansiedade e da sobrecarga mental.
Esse hábito pode complementar a terapia e os cuidados médicos, criando um ciclo positivo de saúde mental.
Leia também: Guia para saúde mental no trabalho.
Dormir bem
O sono é um regulador natural da saúde da mulher. Noites mal dormidas afetam o humor, prejudicam o metabolismo, aumentam o risco de doenças cardiovasculares e agravam problemas hormonais.
Benefícios para a mulher que cuida da própria saúde
Quando a saúde da mulher é tratada como prioridade, os ganhos aparecem em várias áreas:
- Mais energia e disposição no dia a dia;
- Melhora na qualidade de vida;
- Prevenção de doenças crônicas;
- Maior longevidade e vitalidade;
- Mais equilíbrio emocional e mental.
Como o MediQuo pode auxiliar na saúde da mulher
O MediQuo é mais do que um aplicativo: é uma rede de apoio integral à saúde feminina. Veja como ele pode transformar sua rotina:
- Acesso a especialistas: ginecologistas, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais em um só lugar.
- Comodidade e flexibilidade: atendimento online que se adapta à rotina da mulher moderna.
- Cuidado personalizado: acompanhamento em cada fase da vida, com sigilo e privacidade.
Além disso, o sistema de telessaúde segue protocolos rígidos de segurança digital, garantindo que até os temas mais íntimos sejam tratados com confidencialidade. Muitas vezes, falar de saúde íntima ou mental de casa pode ser até mais confortável.
Se você gostou desse conteúdo, aproveite para conhecer o MediQuo: a solução em telessaúde para cuidar da saúde da mulher.
Principais dúvidas sobre a saúde da mulher
É o conjunto de atividades que envolvem corpo e mente da mulher, desde consultas médicas até práticas que fortalecem a autoestima e o bem-estar, como atividade física ou prática de hobbies.
No Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher direciona as ações públicas para garantir acesso universal e integral a todas as mulheres, independente de suas condições sociais ou de renda.
Adotar uma rotina preventiva é essencial para cuidar da saúde: alimentação equilibrada, prática de exercícios, acompanhamento médico e cuidado com a saúde mental.
Questões como estresse, ansiedade, dupla jornada, sobrecarga emocional e doenças ocupacionais estão entre os maiores desafios no Brasil atualmente. Além disso, há doenças que tradicionalmente mais afetam mulheres, como o câncer de colo de útero, o diabetes e doenças cardiovasculares.